Ernesto

Ernesto ganhava a vida escrevendo sobre a morte. Não mais que de repente, o destino acabou com sua zona de conforto, levando esse velho redator de obituários a investigar o próprio nascimento. Censurado, falido e abandonado pela esposa, ele desenvolve uma relação de cumplicidade com um animal que assume o posto de copiloto numa jornada rumo ao desconhecido.

Como já dizia um cantor sertanejo, a resposta, meu amigo caminhoneiro, está em algum grupo do whatsapp. Desbravando estradas emburacadas e desviando de propagandas enganosas, homem branco-hétero-cis e gato proativo questionam seus preconceitos e percebem que tabagismo e existencialismo são duas faces da mesma moeda. Ao longo da viagem, o sentimento de solitude se transforma em liberdade. Entre muitas dúvidas, resta a certeza de que fazer terapia é uma enorme perda de tempo.

Ambientada num passado recente distópico, a animação surrealista do estúdio Inhamis derrete as fronteiras que separam diferentes gêneros, transitando entre road movie, drama psicológico e tragédia romântica. Esse mix de referências pode tirar o fôlego dos espectadores asmáticos. Para não corromper a inocência de nossas crianças e muito menos provocar infarto nos idosos, a classificação etária é de 16 a 50 anos.